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[Conto KING] O grande segredo do Felipe, o gato da turma – Parte 1

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Olá pessoal, esse conto é mais um presente do mesmo escritor (Alone Writer) do conto “Thomaz, o idiota da natação” que fez bastante sucesso aqui no KINGuys. Esse será uma história mais curta, porém muito deliciosa. 

Eu sempre dava um jeito de secar o Felipe quando juntávamos a galera para jogar RPG no Bob’s da avenida Paulista. Todo sábado à tarde ele aparecia com sua calça de moletom, sem cueca, e o pau marcando e balançando livremente enquanto ele caminhava.

Parte 1Final

Felipe se destacava no meio daqueles nerds, principalmente pelo porte atlético. Com mais de 1,90 m de altura e o corpo lapidado pelo pólo aquático, Felipe era um monstro. Mas daqueles monstros lindos.

Como ele fazia Farmácia na FOC e a aula de sábado ia até as 13 h, ele sempre se atrasava para o RPG, pois almoçava antes. Na ausência dele, a galera do RPG especulava se o Felipe fazia programas. Alguns conheciam a família dele e diziam que era bem humilde, mas Felipe sempre andava com roupa de marca e os melhores eletrônicos. Eu achava que era exagero, que os comentários maldosos eram fruto de inveja, pois Felipe pegava mulher pra caralho, mas não nego que quando ele entrava com sua calça de moletom e o pau marcando e balançando pra lá e pra cá, eu queria que a história do garoto de programa fosse verdade. Eu daria todo o meu dinheiro para ter uma noite com ele.

Certo dia, após o RPG, ficamos apenas eu e Felipe fazendo um lanche no Bob’s, enquanto os outros caras foram dar uma volta na Livraria Cultura e na Geek do Conjunto Nacional. Ele me mostrou o iPhone novo que tinha comprado e todas as funcionalidades. Perguntei se ele tinha comprado parcelado e ele falou que tinha sido à vista, em cash.

– Orra mano. – falei. – Queria ter a bala na agulha que você tem!

Acho que ele sabia da fama de GP, pois me olhou com uma cara estranha, como se dissesse “O que você está insinuando?”.

– Foi um presente que um tio me deu. – ele falou, sem dar maiores explicações.

– Queria ter um tio desses. – brinquei. – Meu celular já está bem velho e falhando, mas como a grana está curta, ele vai ter que aguentar até que eu consiga comprar outro.

– Tá osso conseguir estágio?

– Pois é, mas estou procurando, manja? Aliás, se você souber de qualquer coisa para me indicar, tô topando!

Felipe ficou pensativo e balançou a cabeça em concordância. Terminamos de comer e fomos encontrar o pessoal na Geek.

Durante a semana seguinte, Felipe deixou uma mensagem inbox no Facebook. O conteúdo era enigmático: “Acho que tenho algo pra você. Câmera quatro.”

Respondi perguntando se ele não havia errado o destinatário da mensagem, mas ele não me respondeu. Se você colocar “câmera quatro” no Google vai perceber que não faz sentido algum. Isso me deixou ainda mais curioso.

Liguei pra ele, perguntando sobre a mensagem, mas Felipe foi reticente e só fez aumentar a minha expectativa:

– Não errei o destinatário. Era pra você mesmo. Sábado nos falamos.

Fiquei nervoso e comecei a fantasiar um monte de coisas. Será que ele ia me chamar para fazer programas também? Fiquei imaginando que “câmera quatro” fosse uma casa noturna, mas na busca do Google não aparecia nada. Logo imaginei um lugar escondido, onde “tios” distribuíam iPhones para os seus “sobrinhos”, e ri com a minha besteira. A verdade, como eu bem sabia, deveria ser muito mais simples.

O sábado finalmente chegou e Felipe, como de costume, apareceu atrasado e com o volume balançando na calça de moletom enquanto ele caminhava. Não deu para conversarmos quando ele chegou, pois o pessoal queria muito jogar, já que estávamos numa campanha legal. Durante o RPG eu dei umas encaradas no Felipe, e ele fazendo poker face.

Após o RPG, o Felipe me chamou para conversar no vão do MASP e nos despedimos da galera. Durante o caminho ele se blindou de todas as perguntas que eu fazia, dizendo que quando chegássemos no MASP poderíamos conversar melhor. Percebi que ele estava tão nervoso quanto eu estava aflito.

Ao chegarmos no vão do MASP, nos sentamos num canto, sozinhos, e ele ficou tentando encontrar maneiras de me falar o que tinha pra dizer. Depois de muito gaguejar, ele finalmente soltou:

– Eu sei que todo mundo acha que sou garoto de programa! Eu ando bem vestido, compro coisas caras, e não dá pra ter tudo isso com a mixaria que ganho no estágio. E eu sei que você não entra nesses papos, que sempre fica calado quando começam a falar que eu sou garoto de programa e até me defende.

– Como você sabe disso?

– A Tati me fala. E ela sabe que eu não sou garoto de programa. Essa é a primeira coisa que eu queria dizer.

– Não imaginei que você fosse.

– Pois bem, não sou. – ele parecia mais relaxado e falava com mais segurança. – Você falou que estava precisando de grana e me pediu para avisar se soubesse de alguma oportunidade. Pensei muito no assunto e te mandei aquela mensagem. E pensei mais ainda depois que mandei a mensagem e estava quase desistindo de tudo.

– Cara, fala logo! Não vem com rodeios pro meu lado que você não é dessas…

– Eu bato punheta na internet! – ele falou, me interrompendo.

– Como assim? – falei, sem entender.

– Eu bato punheta na internet e tem pessoas que pagam pra ver. É assim que eu ganho dinheiro.

Depois do choque, caí na gargalhada. A situação era tão inusitada, que me vi como se estivesse fazendo parte de um vídeo do Porta dos Fundos. Felipe riu junto, mas de nervosismo, olhando pra mim e esperando que eu dissesse algo.

– Nossa mano, cê faz isso mesmo, não tá me zoando?

– Cara, só te contei por quê confio em você. A Tati e um amigo meu da FOC sabem, mas mesmo se você não concordar, peço por tudo que é mais sagrado que isso não saia daqui.

– Isso não é algo comum.

– Faço isso há um ano e meio. Dá uma grana boa e você consegue até fazer alguns amigos. Tem gente que me vê toda semana há mais de um ano. Além de bacanas eles são bem generosos. – ele riu, corando um pouco.

– Que louco mano! – Eu não sabia o que dizer. Mas uma pergunta óbvia tinha que ser feita: – É o tal “câmera quatro” da mensagem?

– Isso. Cam4, conhece? Pensei que você fosse deduzir ou descobrir.

– CARA, COMO EU SOU BURRO!! – Nós rimos e eu emendei: – Era isso o que você ia me sugerir?

– Então, você é um cara boa pinta, parece cuidar do corpo e tudo mais. Acho que ia fazer sucesso lá.

– Você não tem medo de alguém ver e te reconhecer?

– Ahh, medo a gente sempre tem. Mas o dinheiro é bom e, na boa, se uma pessoa me vir é porque estava procurando por aquilo, então estamos todos no mesmo barco!

– Felipe, não sei não, cara. Não é o tipo de coisa pra mim. E nem sei como funciona.

– É tipo um jogo. Você estabelece metas e as pessoas vão dando tipo umas “gorjetas” para você superar as metas. São shows, na verdade. Mas é preciso usar a criatividade para cativar o público, pois eles esperam bem mais que uma simples punheta e uma gozada.

– Haha, nunca pensei que fosse tão complicado bater uma na internet.

Felipe riu e concordou comigo.

– Bom, era isso. Imaginei que você não fosse topar, mas pelo menos serviu para eu me abrir com alguém.

– Eu não disse que não toparia.

Felipe arregalou os olhos e fez uma cara de bobo. Eu gostava de chocar a sociedade kkkkkkk.

– A gente sempre tem medo do que não conhece. De repente se você me disser como funciona…

– Você quer ver?

– Como assim? – foi a minha vez de ficar chocado. – Você diz… ver você fazer?

– Por mim não tem problema. Se me mostro pra desconhecidos, não vou ficar com vergonha de que um amigo me veja.

Puta merda. Meus sonhos se tornando realidade. Um dos caras MAIS GATOS que eu conhecia, me chamando para ver um show erótico de boa. Aquilo não podia estar acontecendo…

– Bom… – falei meio sem jeito. – a gente pode marcar. Vai ser meio estranho, mas tudo bem.

– Tenho uma transmissão marcada pra hoje à noite, você topa?

– Hoje?

– Hoje. Topa?

Com o coração na boca e o pau dando sinal de vida. Eu falei:

– Topo! Então vou ter que ver esse teu badalo ae? – e apontei para o pacote marcado na calça de moletom.

– Haha, também reparam nas calças que eu uso sem cueca?

– Haha, não sei.

Só sabia que eu reparava. E fantasiava. Mas ainda bem que tem vezes na vida, que a fantasia se torna realidade.

Entramos na estação Trianon-MASP e fomos para a casa do Felipe.

 

Continua para a parte final…

Pedimos a todos que comentem para podemos saber se vocês estão curtindo.

(Não é obrigatório preencher o campo Website para comentar)



30 comentários

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  1. Igor

    Geeeeeeeente… Continua amigo. Me envolvo com seus contos como se eu fosse o protagonista KKKKKKKKKKKKK Morto com a foto do Nick também =O

  2. Gabriel

    Esse Nick Jonas me deixa de pau duro, pqp e o conto tá foda, seja mais rápido dessa vez, acesso o site todo dia por causa dos contos xD

  3. Victor

    Continua!!!! Estou amando! Realmente to louco pela continuação, pela que só serão duas partes :c

    Queria um amigo assim também, muito tesão!

  4. LOL

    Não consigo acessar a parte final atrás do link postado por vc’s alguém conseguiu, pessoa do Kinguys pfvr arrumem o link da parte final, não estou conseguindo acessar.

  5. Alguém Ai

    FINALMENTE!!! estava com sdds de vc! dos seus contos! de tudo! e mais uma vez vc deixa o maldito suspense no AR…
    Seus contos são os melhores q eu já vi na minha vida me cativa muito isso! fiquei muito triste quando vc não postou nas férias, mas, bom finalmente novamente!


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