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Meu amigo Renato e a nossa conexão imediata [Parte 1]

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Imagem: Divulgação

Tudo começa com um empurrãozinho….

Era uma tarde cinzenta de quinta-feira, intervalo do horário de almoço. Estava andando pelos corredores da escola lendo um livro do Stephen King quando esbarrei em algo sólido que me fez perder o equilíbrio e cair de bunda no chão com o livro sobre o meu peito.

Olhei para cima para saber em que ou em quem eu havia atingido e deparei-me com um garoto um tanto pálido, de olhos cor de safira e cabelos dourados bastante desgrenhados. Ele vestia um casaco azul-claro bastante amarrotado cheio de bottons de bandas de rock e personagens de cultura POP. O garoto estendeu o braço para mim e me ajudou a levantar.

   – Você tá bem? – Perguntou ele após eu me recompor.

   – Estou bem – respondi um tanto sem graça. – Obrigado pela ajuda.

   – Você não deveria ler enquanto caminha pelos corredores. Pode se machucar alguma hora.

   – Vou me lembrar disso, obrigado. Qual é…

   Triiiiiiiimmmm!!!!!!!!!

   O som da campainha me cortou e antes que eu pudesse perguntar o nome dele, ouvi-o dizer “adeus” e sumir na esquina do corredor.

   Enquanto voltava para a sala, fiquei pensando no garoto, tentando gravar cada detalhe de suas feições. Ele só deixou a minha mente quando cheguei a sala de aula e me sentei ao lado de minha melhor amiga Estela.

   – Você tá bem? – Perguntou ela como se lesse a minha mente.

   – Estou. Por que não estaria.

   – Sei lá, você me parece distante.

   – Eu esbarrei em um garoto no corredor e troquei umas poucas palavras com ele. Me parece ser gente boa.

   – Como ele era? – Perguntou Estela curiosa.

   – Alto, loiro – comecei a descrevê-lo, a imagem dele surgindo outra vez em minha mente -, olhos azuis.

   – Tá falando do Renato?

   – Conhece ele?

   – Se minha suposição estiver certa, sim. Já falei com ele várias vezes durante os intervalos. Se você quiser, posso apresentar vocês dois – a ideia de conhecer o tal Renato me deixava curioso e ao mesmo tempo animado. Ele parecia ser um cara legal e algo em mim me dizia que tínhamos algo em comum, só não sabia dizer o que era. Sem hesitar, concordei com a cabeça para Estela no mesmo momento em que o professor, já um tanto atrasado, entrou na sala dizendo “boa tarde” e iniciando a aula.

   Após três aulas entediantes – duas de matemática e uma de física –, Estela e eu fomos para o intervalo, nos dirigindo até o pátio. Não demorou muito para que ela localizasse Renato – que realmente era o garoto que eu havia esbarrado no corredor mais cedo – sentado em um dos bancos dispersos pelo lugar e então me arrastar até ele, apresentando nós dois animadamente:

   – Renato, esse é o Luan. Luan, esse é o Renato.

   – Muito prazer! – Dissemos Renato e eu ao mesmo tempo.

   Nós três ficamos conversando por todo o intervalo. Descobri que o Renato era do mesmo ano que Estela e eu, mas estudava em outra classe, e que Estela havia o conhecido quando perdeu sua carteira e Renato fora o responsável por acha-la e entrega-la de volta. Nós dois também tínhamos várias coisas em comum, gostávamos dos mesmos filmes e séries e tínhamos apreço por certos escritores. Então, não demorou muito para que nos tornássemos amigos e passássemos a andar juntos pelos corredores trocando ideias.

   Um mês depois, numa segunda-feira, Renato e eu conversávamos sozinhos, já que Estela havia faltado naquele dia. Nós combinamos de ir ao cinema do shopping do centro no fim de semana assistir um filme de terror que, na época, estava fazendo sucesso, e que eu avisaria Estela quando eu chegasse em casa.

   Os dias foram se passando e logo veio o final de semana – Renato, Estela e eu combinamos de ver o filme no sábado. Eu fui o primeiro a chegar e por dez minutos esperei meus amigos chegarem, quando Renato apareceu vestindo seu típico casaco azul-claro e me contou que Estela não poderia vir por conta de um resfriado que havia pegado no dia anterior, mas avisou que poderíamos seguir com o programa sem ela.

   – Eu compro as entradas e você a pipoca? – Perguntou ele.

   – Claro, pode ir.

   Renato seguiu para a bilheteria e eu para a lanchonete. Comprei um saco grande de pipoca, dois refrigerantes médios e um pacotinho de M&M. Após estar com tudo nas mãos, carreguei com muita dificuldade até a fila na entrada da sala, onde Renato me ajudou a segurar aquele monte de comida.

   – A sala estava cheia – disse Renato com o rosto corado de vergonha. – Eu tive que comprar ingressos para as namoradeiras – as namoradeiras eram cadeiras com braços retrateis que ficavam no fundo da sala e em geral eram destinadas a casais de namorados. – Tem algum problema?

   – Não – respondi rapidamente. – Eu acho isso bastante idiota, na verdade.

   – É – disse ele sorrindo. – É bastante idiota mesmo.

   Entramos na sala em silêncio e nos dirigimos aos nossos assentos. Conversamos um pouco naqueles minutinhos que antecediam o filme e assim que as luzes da sala se apagarem, pregamos os olhos na tela – ou pelo menos eu preguei. Vez ou outra, Renato virava a cara amedrontado com os sustos e criaturas horrendas que apareciam de repente. No finalzinho do filme, eu senti ele segurar minha mão no encosto da cadeira, tentando buscar certo conforto. Entrelacei nossos dedos e segurei a mão dele ternamente querendo acalmá-lo.

   Após o filme acabar, Renato e eu fomos a praça de alimentação e fomos ao Burger King, já que eu tinha cupons de desconto. Compramos dois combos e sentamos em uma mesa conversando sobre o filme e trocando provocações.

   – Você é um medroso mesmo! – Eu dizia rindo.

   – Não sou não! – Respondia ele irritado. – Você tapava os olhos toda hora!

   – E você que virava o rosto toda vez que a menina possuída aparecia na tela!

   A discussão seguiu até a gente terminar de comer e ir ao ponto de ônibus. Estava fazendo frio naquele dia, o vento soprava forte e eu tremia. Como um salvador da pátria, Renato tirou o seu casaco entregou-o a mim.

   – Mas e você? – Perguntei.

   – Eu vou ficar bem – respondeu ele sorridente.

   Quinze minutos depois, o ônibus do Renato chegou. Ele se despediu rapidamente de mim dando sinal e entrou no ônibus, partindo para longe. O meu veio logo em seguida e eu cheguei em casa por volta do fim da tarde, indo direto para o meu quarto. Deitei na minha cama e fiquei pensando no toque do Renato em minha mão e em como ele não rejeitou que eu entrelaçasse nossos dedos. Eu não sabia ao certo se eu sentia algo por ele e muito menos se ele sentia algo por mim. Porém, uma coisa era clara, aquele garoto mexia comigo.

   Naquele momento, eu percebi que ainda estava usando o casaco do Renato. O cheiro dele invadia as minhas narinas e uma torrente de hormônios invadia minhas veias a ponto de me excitar. O volume em minha bermuda estava bastante evidente e o meu pau pedia para sair. Então me dirigi a porta do quarto, tranquei-a e comecei a me despir vagarosamente, afundando meu nariz no tecido do casaco.

   Completamente pelado, exceto pelo casaco que eu ainda mantinha em meu corpo, eu me joguei na cama e comecei a me masturbar. Fantasiava que Renato estava em cima de mim, olhando em meus olhos, enquanto sentia a pele suave de suas mãos descer pelo meu corpo e me excitar mais ainda. Seu corpo nu vinha em minha mente e ele sorria malicioso, me seduzindo. A minha respiração começava a pesar e eu estava chegando ao ápice.

   Um jato de porra quente explodiu do meu pau, enquanto eu sentia o orgasmo percorrer cada músculo do meu corpo. Meu corpo e meu rosto estavam sujos, nunca havia gozado tanto assim e com tamanha intensidade. Apanhei a cueca do chão e a usei para me limpar.

   Plim!

   O som de mensagem recebida no celular ecoou pelo meu quarto. Eu peguei meu telefone e o visor indicou que o Renato havia me mandando um oi no WhatsApp. Senti meu coração bater rápido, a vergonha me invadido por ter me masturbado pensando nele. E, pela primeira vez, eu hesitei bastante antes de responde-lo:

EU: Oi Renato, tudo bem?

RENATO: Tudo sim, Luan. Por acaso o meu casaco está com você?

EU: Sim, você deixou ele comigo. Eu te devolvo na segunda-feira, O.K.?

RENATO: O.K. O dia de hoje, foi muito bom.

EU: Foi mesmo.

RENATO: Eu espero que a gente saia de novo um outro dia. É bem legal conversar com você.

EU: Eu também gosto muito de conversar com você.

[Continua……]



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